sexta-feira, 15 de junho de 2012

JEAN WYLLYS PARTICIPA DE DEBATE DA CPI DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O deputado Jean Wyllys, 2º vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, participou, na manhã desta terça-feira, 12, de audiência pública com a secretária executiva do Comitê de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Karina Figueiredo.
O objetivo do encontro foi de identificar as vítimas e verificar as condições em que estas vivem e se encontram atualmente e saber como estas entidades têm atuado no enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no País.
Karina lembrou que a legislação evoluiu no que tange a responsabilização do agressor, mas que ainda há grande dificuldade do Poder Judiciário de acompanhar esse avanço. Isso se dá, explicou a secretária executiva do Comitê porque a culpabilização da vítima foi naturalizada na sociedade. “A mulher, menina ou menino abusados ou explorados sexualmente são tidos como geradores da sua própria situação de violência”, disse.
Wyllys lembrou que essa naturalização não alcança somente a sociedade civil, mas também o Estado como um todo, devido a sua organização machista e negligente em relação aos vulneráveis. O Deputado chamou atenção para o caso dos adolescentes pertencentes ao grupo LGBT , grupo este que sofre dupla violência, pois além de tudo ainda sofrem preconceito até pelas próprias instituições do Estado que negam a existência desse grupo quando de adolescentes.
Karina relatou a dificuldade de acompanhamento dos casos de violência em tempo real e explicou que os casos são apurados judicialmente e as vítimas são atendidas pelos sistemas de saúde e de assistência social anos depois de o crime ter sido cometido. Segundo ela, isso acontece porque os serviços públicos de atendimento a essas vítimas não dão conta da demanda, além de não haver atendimento e nem vara criminal especializadas em abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes.
A Secretária membro do Comitê da sociedade civil manifestou também a grande preocupação atual da instituição. Segundo ela, dados oficiais mostram que os crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescente aumentam em lugares de obras públicas e em momentos de grandes eventos turísticos. “O Brasil está repleto de obras públicas para comportar os eventos que o país vai sediar. Além do pulo dos índices desse tipo de crime nos locais de obras públicas, já foram apurados casos de venda de turismo sexual para o Brasil na época da COPA em que há abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes”, disse.
Wyllys reiterou a fala de Karina de que o Brasil está a caminho de se tornar uma grande economia mundial à custa do segmento mais pobre da sociedade, que tanto reivindica e precisa dos avanços sociais e a efetivação de seus Direitos Humanos.
Os principais encaminhamentos do encontro foram: focar em propostas de medidas preventivas antes dos grandes eventos e das próximas obras, a fim de evitar grandes catástrofes posteriormente; e a organização de uma audiência pública com os pesquisadores do Comitê que acompanharam a CPMI de Exploração sexual de Crianças e Adolescentes.

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